A renovação do verniz do piso do subsolo causou o fechamento parcial da Biblioteca Parque Estadual nesta terça (20), no Centro. Funcionários e usuários foram surpreendidos com a notícia, divulgada só depois que o espaço já havia sido aberto. De acordo com a Secretaria Estadual de Cultura, o local deve seguir funcionando em 2017, por meio de verbas da prefeitura do Rio. A notícia é um alívio em meio ao fim de ano conturbado por conta da crise financeira do Governo do Estado
Foto: vista externa da entrada principal da Biblioteca Parque Estadual, na Presidente Vargas (Divulgação/Facebook)
A surpresa foi geral. Quando a entrada da rua da Alfândega foi aberta nesta terça (20) às 11h, os usuários da Biblioteca Parque Estadual do Centro (BPE) descobriram que o local estava parcialmente fechado. Apenas atividades como a devolução de livros estavam sendo realizadas pelos funcionários, concentrados no espaço entre o Saara e o chafariz que existe no interior do prédio. Nem os seguranças sabiam direito o que estava acontecendo. "Fomos avisados cinco para as onze", comentou um deles.
O mistério só começou a ser esclarecido cerca de uma hora depois. Às 12h14, o perfil da BPE no Facebook divulgou uma nota informando que, em função de uma "manutenção do piso", o espaço não funcionaria excepcionalmente hoje. Por email, a Secretaria Estadual de Cultura (SEC/RJ) confirmou a informação e explicou que a decisão foi tomada por conta do forte cheiro deixado pela renovação do verniz do piso de taco do subsolo do prédio, realizada ontem (19). Na nota, a SEC/RJ afirmou que, apesar da crise financeira do Governo do Estado, a biblioteca deve continuar funcionando em 2017.
"A equipe de transição do prefeito eleito Marcelo Crivella já teve um encontro com a secretária Eva Doris Rosental e manifestou o interesse em manter o convênio. (...) É possível que a biblioteca fique fechada em janeiro, até que os trâmites burocráticos da renovação do contrato sejam resolvidos", diz o texto. Os eventos previstos para hoje na BPE foram mantidos.
O susto foi apenas mais um capítulo da novela envolvendo a BPE. No último dia 06, o jornal O Dia noticiou que os 153 funcionários do espaço trabalhavam sob aviso prévio desde o começo de dezembro. De acordo com a reportagem, a medida foi adotada pelo Instituto Desenvolvimento e Gestão (IDG) por não haver indicação de que o repasse de recursos para administração do local seria mantido. Responsável pela Biblioteca Parque e pelo Museu do Amanhã, o IDG é uma organização social (OS) que atua sem fins lucrativos e venceu licitação para poder gerir os dois centros culturais. O Museu de Arte do Rio (MAR) e a Casa França-Brasil são exemplos de outros espaços que estão hoje sob a tutela de OSs.
Aberta em 2014, a BPE ocupa um edifício de 15 mil metros quadrados ao lado do Campo de Santana. Um teatro, um estúdio musical e um café são algumas das atrações do local. O espaço conta atualmente com um acervo de mais de 260 mil peças, entre livros e outros produtos artísticos. A maior parte da coleção é composta por obras literárias (200 mil), mas a quantidade de itens como filmes (20 mil) também chama atenção. Por dia, 2.200 pessoas circulam na biblioteca, que tem cerca de 250 moradores de rua entre os mais de 70 mil usuários cadastrados. Para muitos, trata-se de uma das melhores bibliotecas da cidade em atividade hoje.
A terça-feira também foi agitada em outro prédio a poucos quilômetros da BPE. No fim da manhã, um ato reuniu policiais, professores e outros servidores em frente à Assembleia Legislativa do Estado (Alerj). Eles protestaram contra o pacote de austeridade fiscal proposto em novembro pelo governador Luiz Fernando Pezão. Por volta de 13h, o acesso ao local era controlado por integrantes do Batalhão de Choque da Polícia Militar, que formavam cordões de isolamento nas ruas da Assembleia, São José e na avenida Primeiro de Março. Por conta disso, a última via chegou a ficar fechada para o trânsito.
Ontem (19), a Alerj informou que a votação das medidas do pacote está suspensa até 2017. A decisão foi anunciada pelo presidente da Casa Jorge Picciani e atribuída à falta de entendimento dos parlamentares com os sindicatos sobre o tema e de comprometimento por parte do Governo do Estado com o pagamento dos salários em dia.
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