Protesto nesta quarta (04), às 18h, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) reúne artistas e ativistas. O motivo é um caso de discriminação acontecido no local na última sexta (30). De acordo com visitante, o namorado de uma das funcionárias do espaço usou um quadro localizado na área infantil para escrever mensagens preconceituosas.
Foto: Funcionários do CCBB reunidos em foto contra discriminação (Reprodução/Facebook)
Ativistas e artistas participam nesta quarta (04), às 18h, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), do protesto “Lesbianizar o CCBB”. A manifestação acontece após uma pessoa não binária e bissexual identificada como Éri Éri acusar pelas redes sociais uma funcionária do espaço e seu namorado de lesbofobia e bifobia durante uma visita ao local na última sexta (30).
Até as 16h de hoje (04), mais de 2 mil pessoas já tinham confirmado presença na página do protesto no Facebook. “O CCBB é uma instituição conhecida por suas grandes exposições, filmes e peças, quase sempre feitos em todas as etapas por nós LGBTS”, diz um trecho da descrição da manifestação. “Porém, na hora de reconhecerem nosso afeto e amor, nos expõem ao ridículo e são preconceituosos”, diz o texto. Em resposta à mobilização, o centro cultural reafirmou seu compromisso com o combate à intolerância e informou que o evento será muito bem recebido.
De acordo com estudo sobre o tema, o gênero não-binário abarca todos os indivíduos que "que não serão exclusiva e totalmente mulher ou exclusiva e totalmente homem, mas que irão permear em diferentes formas de neutralidade, ambiguidade, multiplicidade, parcialidade, ageneridade, outrogeneridade, fluidez em suas identificações". O trabalho em questão é de autoria de pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora e da Pontifícia Universidade Católica do Rio.
ENTENDA O CASO
No sábado (31), Éri Éri relatou nas redes sociais que visitava o CCBB por volta de 20h em companhia de sua namorada quando um homem escreveu "meu pau" num quadro destinado ao público infantil. Após removerem a frase, Éri Éri e sua companheira saíram da sala. Ao voltarem, encontraram a frase "Fora Lésbica" no quadro (como mostra a foto acima). Na postagem, a vítima afirma que a funcionária que estava junto com o homem ria a todo momento da situação. A publicação já teve mais de 40 mil curtidas e 11 mil compartilhamentos. Após a repercussão do caso, Éri Éri mudou seu nome no Facebook.
"O cara que escreveu voltou outras vezes pra nos olhar. Resolvemos sair da sala. Fui ao banheiro e já ia embora. Passamos em frente a sala das crianças e ele estava saindo de lá. Agora o recado era “FORA LÉSBICA” (Éri Éri, em relato sobre o caso no Facebook)
Após descobrir que o homem era namorado da mulher que estava no balcão de informações, Éri Éri recebeu de outros funcionários a recomendação de que registrasse uma ocorrência sobre o caso. Entretanto, o homem dificultou que o registro fosse feito na caixa de reclamações do CCBB. "Ele tentou me impedir de colocar o papel na caixa tampando o buraco e depois tentando arrancar o papel da minha mão. O tempo inteiro em que eu escrevia a reclamação ele ficou a menos de um metro de mim rasgando os papéis da caixa. Todos presenciaram a cena e nada fizeram mesmo quando pedimos alguma intervenção (ao menos tirar o cara de perto da caixa)", relatou ela no Facebook
Em nota, o CCBB manifestou "total repúdio pelo episódio relatado" e reafirmou "o compromisso de atuar em prol do respeito às diferenças, repudiando toda e qualquer manifestação de preconceito". O centro cultural também informou que a funcionária envolvida no caso pertence ao quadro de colaboradores terceirizados e foi afastada, não exercendo mais atividades no local. Por meio de sua página no Facebook, o CCBB pediu desculpas a Éri Éri pelo "fato lamentável" e informou ainda que o episódio de discriminação foi registrado na 1ª Delegacia de Polícia, no Centro, para "apuração e responsabilização do autor".
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