Durante cinco semanas, integrantes de coletivos e outros grupos ligados aos movimentos feministas se reuniram na Glória para discutir os direitos das mulheres. Batizada de Ocupação Colaborativa Feminista Agora Juntas, a experiência que acaba neste sábado (17) incluiu exibições de filmes, aulas de criação literária e outras atividades
Foto: Participantes da ocupação (Yemisi Experience Nº 1/ Divulgação)
Um encontro com muita música e alegria neste sábado (17) marcará o encerramento da Ocupação Colaborativa Feminista Agora Juntas. Durante cinco semanas, a iniciativa promoveu mais de 20 atividades no Instituto Rose Marie Muraro (ICRM), na Glória. Mobilizar as participantes em prol dos direitos das mulheres e dos movimentos feministas foi o principal objetivo da experiência.
Iniciada em 11 de novembro, a ocupação funcionou de 2ª à 6ª, de 9h às 18h, com encontros eventuais à noite e nos fins de semana. Participaram da ação integrantes de coletivos e outros grupos ligados aos movimentos feministas no Rio de Janeiro. Elas eram livres para propor oficinas, rodas de conversa, palestras e outros tipos de atividade. O formato resultou em uma programação com exibições de filmes, aulas de criação literária e debates sobre como enfrentar a violência e se articular para obter avanços em relação a direitos reprodutivos - entre outros eventos.
"As mulheres conseguiram cultivar e multiplicar uma cultura de autocuidado"
Aline Ferreira tem 32 anos e é organizadora da Feira Velcrx. Durante a ocupação, ela conheceu feministas e ampliou sua rede de contatos dentro do movimento. "Aplaudo muito e quero mais”, afirmou ela sobre a iniciativa. "A ocupação foi muito importante para entendermos que tem muita gente na mesma luta e que essa luta transforma nossas vidas“, diz Raquel Martins, de 25 anos, integrante do coletivo Feminicidade. Já Alzira Silva, de 34 anos, destacou a possibilidade de construir pautas coletivamente. "Fui me sensibilizando e me engajando nas atividades pelo modo acolhedor como tudo foi conduzido", revelou ela. "As mulheres conseguiram cultivar e multiplicar uma cultura de autocuidado", resume Debora Albu, de 26 anos, gestora da rede Agora Juntas, que organizou a ocupação.
Formada por coletivos, organizações e outros movimentos feministas cariocas, a rede Agora Juntas se baseia em três eixos básicos: processo, solidariadade e cuidado. "O Fórum AWID nos fez refletir sobre a importância de também conectar as diferentes gerações de mulheres e compartilhar conhecimentos feministas que fortalecem nossa luta comum", comenta Debora, em uma referência ao encontro mundial que acontece de quatro em quatro anos e reúne ativistas que lutam pelos direitos das mulheres. Em setembro, a Bahia recebeu 13ª edição do evento. Dentre os planos da Agora Juntas para o futuro, há o desejo de transformar a ocupação temporária em definitiva, por meio da criação de uma casa colaborativa feminista no Rio de Janeiro.
A escolha do local para abrigar a ocupação não foi à toa. O ICRM iniciou suas atividades no ano de 2009. Desde o início, a meta do espaço é se tornar um polo de referência nos estudos do papel da mulher na sociedade e dos principais conceitos culturais, econômicos e socioambientais do ponto de vista do gênero. O nome da entidade homenageia a escritora brasileira que nasceu cega e foi uma das pioneiras do feminismo no país. "O Instituto Rose Marie Muraro está sem apoio financeiro. Então, um dos nossos objetivos principais com a ocupação é apoiá-lo, trazendo visibilidade e recursos”, explica Debora.
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