Evento na sexta (28), no Museu do Amanhã, discutiu a meta da ONU de alcançar a igualdade de gênero em 15 anos. No evento, foram apresentados a campanha #ElesPorElas, que será apresentada nos meios de comunicação, e o documentário “Precisamos falar sobre os Homens”, que estreou hoje no Youtube.
Foto: Ato Ni Una Menos - Rio de Janeiro [Mídia Ninja]
Um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, a meta de alcançar um planeta mais igualitário até 2030 é tema de uma campanha e um documentário realizados pela ONU e parceiros. Os dois foram apresentados no evento “Por um planeta 50-50 em 2030 - Mulheres do Amanhã” organizado pela ONU Mulheres, em parceria com a Heads Propaganda, o Twitter Brasil e o Grupo Boticário. “ Estamos comprometidos com uma mudança em 2030 já que o machismo já mostrou que não é bom para ninguém”, disse Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres no Brasil. Ela ressaltou que a meta não poderá ser apenas das mulheres: “ Os homens precisam se comprometer também, porque que não conseguiremos fazer a mudança sozinhas”.
A mudança ainda parece distante. No ritmo atual, o Brasil levará 95 anos para alcançar igualdade de gênero, segundo o Índice Global de Desigualdade de Gênero do Fórum Econômico Mundial. No estudo, divulgado em outubro, o país ficou na 79ª posição no ranking global de 2016 da igualdade de gêneros - posição melhor do que ano passado, em que havia ficado na 85ª. O relatório anual se baseia em estatísticas de 144 países e avalia as condições enfrentadas por mulheres nas áreas de saúde, educação, paridade econômica e participação política.
Segundo o relatório, as mulheres brasileiras têm um desempenho melhor que os homens nos indicadores de saúde e educação, mas ainda enfrentam diferença acentuada nos indicadores de representatividade política e paridade econômica. Desde 2006, O Índice Global de Desigualdade de Gênero avalia o progresso das nações na promoção de equilíbrio entre homens e mulheres.
Por um planeta 50-50 em 2030 - Mulheres do Amanhã reuniu ativistas, pesquisadoras e youtubers para uma dia de debates sobre gênero, esporte, tecnologia e racismo. Entre as convidadas estavam, Djamila Ribeiro, pesquisadora em filosofia política, Kamila Brito, criadora do Barco Hacker, Helen Ramos, do canal HelMother e Monique Evelle, do Desabafo Social. O encontro foi apresentado pela atriz e youtuber Kenia Maria.
A pesquisadora em filosofia política e secretária-adjunta da pasta municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, Djamila Ribeiro, alertou que “não se pode pensar gênero sem pensar raça”. Ela apontou que no Brasil o racismo é institucional: "Não dá para ter para nenhuma discussão séria acontecer no Brasil, sem pensar no racismo como um ponto prioritário".
Já Monique Evelle, fundadora do Desabafo Social, projeto criado em Salvador, lembrou que o país ocupa o 5º lugar no ranking global de feminicídio e que 13 mulheres são mortas diariamente devido a violência de gênero no país. “Até o final da minha fala, daqui a dez minutos, uma mulher terá sido estuprada”, alertou. A jovem ativista também ressaltou que o racismo e o machismo fizeram com que tivesse medo de se expressar. "Racismo não é bullying. Relacionamento abusivo não é prova de amor. Eu nunca fui tímida, fui silenciada”, disse.
Durante o evento, foi apresentada a nova campanha da ONU Mulheres em parceria com Heads Propaganda, a campanha nacional #ElesPorElas, que nas próximas semanas estará nos meios de comunicação e no site elesporelas.org.. A campanha traz personalidades como Camila Pitanga, Embaixadora Nacional da ONU Mulheres Brasil, Matheus Solano, Sharon Menezes, Marcelo D2, Érico Brás, Preta Gil e Lea T. Em vídeos, eles falam sobre suas vivências na luta contra a desigualdade de gênero. A meta é incentivar nos indivíduos o compromisso pela igualdade.
O evento também exibiu o documentário inédito “Precisamos falar com os homens? Uma jornada pela igualdade de gênero”, produzido com base em uma pesquisa nacional sobre machismo e masculinidades realizada pela ONU Mulheres, Papo de Homem e Grupo Boticário e publicado hoje no canal do Youtube da ONU Mulheres. O documentário pretende incentivar a participação de homens no debate sobre os direitos das mulheres e faz parte do movimento global ElesPorElas (HeForShe), lançado pela ONU Mulheres em 2014. Uma das suas propostas centrais é investigar como se formam e se sustentam os estereótipos que perpetuam a cultura da desigualdade de gênero entre homens.
A exibição do documentário foi seguida por uma mesa-redonda sobre a formação; sustentação e estratégias de desconstrução dos estereótipos de gênero com Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres; Nátaly Neri, criadora do canal no Youtube Afros e Afins; Rolf de Souza, antropólogo e Marcos Nascimento, pesquisador.
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