Na próxima terça-feira (20/10), ’Conversas na Biblioteca’ vai debater o que é ser mulher hoje, num momento em que discursos feministas se popularizam sobretudo entre meninas mais jovens.
(Foto: Oliver Kornblihtt / Mídia NINJA)
Feministas revolucionárias, Feminismo sem demagogia, Empodere duas mulheres, Feminista cansada, Feminismo deboísta, Feminismo de 3/4: juntas, essas páginas no Facebook acumulam mais de dois milhões de curtidas. O número, cada dia mais alto, é reflexo de um feminismo revigorado que tem atingido sobretudo mulheres mais jovens — adolescentes que, algumas décadas atrás, não teriam se reunido nas dezenas de Marchas das Vadias que se espalharam pelo país pedindo igualdade de gêneros.
Qual é a contribuição do(s) feminismo(s) hoje na formação das mulheres? O feminismo está se tornando mais individualista? Quais são as manifestações mais comuns do machismo? Para debater essa chamada "quarta onda" do feminismo, a próxima edição do ’Conversas na Biblioteca’ terá três convidadas que vivem e pensam o fenômeno: Giordana Moreira, produtora cultural e idealizadora de projetos como o Grafiteiras pela Lei Maria da Penha e o Festival Roque Pense!; Sofia Soter, cofundadora e editora geral da revista on-line para garotas adolescentes Capitolina; e Liliane Brum Ribeiro, antropóloga e pesquisadora da Redeh - Rede de Desenvolvimento Humano.
A popularização do discurso feminista entre meninas foi uma surpresa para Sofia, que há pouco tempo deu uma palestra para o terceiro ano do ensino médio do Colégio de Aplicação da UFRJ — onde ela mesma estudou apenas alguns anos atrás. "As meninas eram muito mais familiarizadas com o feminismo do que a minha turma era", conta ela. "É muito diferente agora." Ela conta também que o discurso mais politizado parece incomodar mais pessoas, que, vez ou outra, despejam manifestações misóginas no site da Capitolina. "Muitas vezes temos comentários que precisamos excluir, como alguém dizendo que ’por natureza’ as mulheres são inferiores aos homens", conta.
Para Liliane, o feminismo dos anos 2000 é "um feminismo mais ’livre’, menos baseado em uma pauta institucionalizada". Em uma pesquisa realizada em conjunto com a filósofa Carla Rodrigues, professora da UFRJ, Liliane notou que o feminismo tinha pouca visibilidade na mídia nos anos 1980, quando as feministas eram consideradas "quase como um estereótipo das mulheres mal-amadas".
Em sua experiência na criação e organização de projetos na Baixada Fluminense, Giordana Moreira conta também observar feministas cada vez mais jovens. "Pretendo falar das implicações específicas da cultura machista na vivência da mulher que vive na periferia", explica Giordana. "Muitas meninas têm manifestado sua politização feminista por meio da arte e da música."
Serviço:
Conversas na Biblioteca - “Feminismos e feministas: pensando as mulheres hoje”
Com: Giordana Moreira, produtora cultural e idealizadora de projetos como o Grafiteiras pela Lei Maria da Penha e o Festival Roque Pense!; Sofia Soter, cofundadora e editora geral da revista on-line para garotas adolescentes Capitolina; e Liliane Brum Ribeiro, antropóloga e pesquisadora da Redeh - Rede de Desenvolvimento Humano.
Data: 20/10/2015, terça-feira
Horário: das 18h às 19h40
Local: Biblioteca Parque Estadual – Auditório Darcy Ribeiro
Endereço: Avenida Presidente Vargas, 1.261 – Centro.
Entrada Franca
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