Segundo debate da série ‘Conversas na Biblioteca’, na Biblioteca Parque Estadual, terá criadora do ‘Rio Invisível’ e subsecretário municipal de Proteção Social Especial
Foto: Cícero R. C. Omena (CC BY 2.0)
“Fico feliz que você tenha parado pra conversar. Nem todo mundo faz isso.” A frase de Carlos, 52 anos, é um dos depoimentos da página Rio Invisível, que publica no Facebook fotos e histórias de pessoas em situação de rua no Rio de Janeiro. Na próxima terça-feira, a nova edição do Conversas na Biblioteca, série realizada pelo site Vozerio, será sobre a realidade dessas pessoas, suas histórias, condições de vida e políticas públicas voltadas para elas.
A jornalista Yzadora Monteiro, uma das criadoras do Rio Invisível, e o subsecretário municipal de Proteção Social Especial, Rodrigo Abel, participarão do encontro “A rua e seus moradores: uma relação de in(visibilidade)?”, na próxima terça-feira, dia 16 de maio, na Biblioteca Parque Estadual.
Prestes a completar um ano de existência, o Rio Invisível já possui mais de 80 mil seguidores. Criada em setembro de 2014, a página no Facebook é alimentada por Yzadora e pelo publicitário Nelson Pinho, que andam pelas ruas do Rio conversando com pessoas que fazem da rua seu lar.
As histórias só são publicadas com a permissão dos entrevistados, que também autorizam o uso da imagem. O objetivo é dar voz e rosto a cada um, mostrando a diversidade de motivações, histórias de vida e percepções destes indivíduos hoje invisibilizados pelo estereótipo “morador de rua”.
As histórias e observações recolhidas por Yzadora ganharão contexto com a participação de Rodrigo Abel, subsecretário de Proteção Social Especial. A participação de Rodrigo incluirá comentários sobre a pesquisa “Análise do Censo da População em Situação de Rua na Cidade de Janeiro”, uma parceria entre a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social do Rio de Janeiro e o Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS).
Apresentado em setembro de 2014, o censo identificou 5.472 pessoas em situação de rua e teve como objetivo entender as reais necessidades dessa população para a construção de políticas públicas mais eficientes, como explicou o secretário Adilson Pires na época.
Com os resultados, por exemplo, foi possível entender melhor as críticas feitas por moradores aos abrigos e sua preferência pela rua, considerada mais “acolhedora”. Outros dados apontam que mais da metade (55%) dos adultos em situação de rua tem entre 25 e 44 anos; 47% se declaram de cor parda e 43,2% possuem carteira de identidade.
Nos depoimentos do Rio Invisível, a dificuldade de retirar documentos é uma das principais reclamações dessas pessoas, já que a maioria não pode comprovar residência fixa. Já no censo, os motivos mais citados para estar na rua foram de ordem pessoal/biográfica, mencionados por 89,7% dos entrevistados. Entre estas razões estão: desilusões amorosas, perdas familiares, violência doméstica e abuso infantil, desemprego e alcoolismo.
Essas informações têm sido utilizadas pela secretaria para estabelecer metas de ampliação do número de vagas em abrigos, além do planejamento de ações e programas, como "Papo de rua", uma roda de conversa entre equipes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS) e a população em situação de rua; e o Casa Viva, voltado aos jovens dependentes de crack.
O ciclo ’Conversas na Biblioteca’ é realizado pelo Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS), com apoio da Secretaria Estadual de Cultura, da Lei de Incentivo à Cultura e da Light.
Serviço:
Conversas na Biblioteca
“A rua e seus moradores: uma relação de in(visibilidade)?”
Com Yzadora Monteiro, jornalista e uma das criadoras da página do Facebook "Rio Invisível", e Rodrigo Abel, subsecretário de Proteção Social Especial da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social
Biblioteca Parque Estadual – Av. Presidente Vargas - 1261 - Centro
Observação: o evento começa às 18h, pontualmente. Após as 18h30, a entrada será pela porta lateral, junto à Praça da República.
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