Em resposta a casos de repressão violenta a músicos no metrô carioca, produtor cultural sugere ocupar os trens com atividades circenses.
(Foto: Fora do Eixo/CC BY-SA)
Diante de um novo caso de repressão violenta a músicos no metrô na última semana, o diretor executivo do Circo Crescer & Viver, Junior Perim, teve uma ideia: combater a violência com arte. Em uma espécie de manifesto publicado em sua página do Facebook, Junior avisa que, se não houver uma resposta apropriada das autoridades, vai levar crianças e adolescentes para ocupar os trens e as estações com atividades circenses. Nos comentários, diversos artistas se disponibilizaram para ajudar na ação, batizada de #OcupaMetro.
A agressão mais recente foi divulgada no início da semana pelo Coletivo AME - Artistas Metroviários. No vídeo (veja abaixo), gravado no dia 15/12, quatro seguranças retiram violentamente dois músicos de um vagão. No início de novembro um episódio semelhante já havia causado polêmica.
Assista ao vídeo da agressão de seguranças do Metrô Rio a músicos no dia 15/12:
A história que se repete há anos... Seguranças da Metrô Rio/In...Mais uma vez, SEGURANÇAS da Metrô Rio/Invepar AGRIDEM ARTISTAS. Vídeo gravado por um passageiro mostra demais passageiros apoiando os artistas, além das ações violentas e o uso desproporcional da força por parte dos agentes de segurança da Metrô Rio/Invepar (Opportrans Concessão Metroviária SA).Terça-feira, dia 15/12/15, um mês após mais de dez agentes de segurança juntos ao Chefe da Segurança da Metrô Rio/Invepar terem cometido diversas atrocidades contra três artistas (https://www.facebook.com/artistasmetroviarios/videos/721069461358806/),A HISTÓRIA SE REPETE... SE REPETE HÁ ANOS! Não são fatos isolados! São fatos estruturais. A ordem da concessionária Metrô Rio/Invepar realizada através dos seguranças é a origem desses problemas. Além das expulsões, fazendo com que os artistas paguem várias passagens, as agressões, intimidações, ameaças,... fazem parte do "modus operandi" da maioria dos agentes de segurança da Metrô Rio/Invepar. Isso significa que a ordem da concessionária Metrô Rio/Invepar precisa ser questionada. Não apenas os seguranças mas também a concessionária Metrô Rio/Invepar precisa ser responsabilizada por essas atrocidades. *Um dia após o ocorrido, 16/12/15, quarta-feira, foi publicada uma matéria no Segundo Caderno do jornal O Globo (http://oglobo.globo.com/cultura/musica/batalha-underground-veto-musicos-no-metro-trens-do-rio-gera-debate-18302179#ixzz3uUP5eVyf).#artenometro #musicanometro
Posted by Coletivo AME - Artistas Metroviários on Domingo, 20 de dezembro de 2015
Segundo Junior, a mobilização funciona por enquanto como uma "ameaça", para incentivar o diálogo por parte do governo estadual. “Quero que a gente não chegue às vias de fato. O ideal seria que as autoridades chamassem os artistas para conversar”, explica.
Para o diretor do grupo, os governantes são coniventes com a violência ao não se pronunciarem sobre o episódio. “Não é o primeiro caso. O vídeo deveria ter provocado indignação nas autoridades”, critica.
Se não houver uma resposta oficial, no entanto, a ideia de Junior é ocupar as estações "na surdina". Ele explica que a intenção não é causar um confronto, mas, em caso de resposta violenta, promete uma ação ainda maior: derrubar a caixa d’água do Metrô Rio, próxima à lona permanente do circo, na Praça Onze. “Quero ver se vão dar porrada em crianças”, desafia.
Junior reconhece que as apresentações no metrô precisam ser regulamentadas, mas afirma que nada justifica a reação violenta. E ressalta que o fato de serem seguranças de uma empresa privada agrava a situação.
Em nota, o Metrô Rio esclareceu que o episódio está em análise. Mas, segundo a assessoria de imprensa, os seguranças só agiram depois da reclamação de usuários, e pediram cinco vezes que os músicos se retirassem antes de removê-los.
A concessionária explicou também que apoia exibições artísticas em suas estações, mas somente em espaços pré-determinados, o que não inclui ações dentro do trem, por questões de segurança.
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