O diretor-executivo da Câmara Metropolitana Vicente Loureiro apresentou o trabalho "Centralidades: um estudo da região metropolitana do Rio de Janeiro" na Associação Comercial do Rio de Janeiro nesta terça (06). O levantamento mostra a importância crescente no contexto da Região Metropolitana do Rio de bairros como Campo Grande, Taquara e Barra da Tijuca. No caso da última localidade, o especialista defendeu que a questão do deslocamento será um desafio decisivo nos próximos anos.
Foto: Barra da Tijuca vista da Pedra da Gávea (Barrazine da Barra/Flickr)
O que Campo Grande e Taquara têm em comum? Os dois locais têm tido uma importância crescente dentro da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ). A informação é de Vicente Loureiro, diretor-executivo da Câmara Metropolitana. Em evento realizado nesta terça (06), ele apresentou a pesquisa Centralidades: um estudo da região metropolitana do Rio de Janeiro, desenvolvida pelo Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS). Com mediação do diretor-superintendente do Sebrae/RJ Cezar Vasquez, o encontro durou duas horas no auditório da Associação Comercial do Rio de Janeiro, no Centro da cidade.
Para um público de 40 pessoas, Vicente falou sobre as principais transformações da RMRJ nos últimos anos. Segundo ele, locais como Madureira e Niterói perderam viço, enquanto áreas como Taquara e Campo Grande cresceram. "A fonte de dinamismo mais importante das centralidades emergentes está na oferta de hospitais, cursos e outros serviços", explicou o arquiteto. O fenômeno é visível na Taquara, área com presença grande e qualificada de atividades desse tipo. No caso de Campo Grande, o número de lançamentos imobiliários é um sinal do crescimento. "Muita gente que mora lá trabalha lá mesmo, o que é um positivo e indica um futuro promissor", comentou Vicente. Ele citou ainda outras áreas emergentes, como Itaguaí, Maricá e Itaboraí (que já se destacava mesmo antes das obras do Comperj).
O estudo apresentado na palestra teve por objetivo identificar, hierarquizar socioeconomicamente e agrupar com base em semelhanças áreas da RMRJ definidas como centralidades. Segundo Vicente, o conceito se aplica a locais com alta concentração de atividade econômica, intensa circulação de pessoas e grande diversidade de serviços. Para localizar esses pontos, a RMRJ foi subdividida em 156 espaços, organizados de acordo com tamanho, características físico-ambientais, limites administrativos e outros aspectos. Depois disso, cada um deles foi analisado em relação a educação, transportes e outros temas. No fim, os pesquisadores concluíram que é necessária uma melhor distribuição de oportunidades no território, que pode se dar por meio do estímulo ao desenvolvimento de novas centralidades.
"O deslocamento é um fator decisivo para que uma centralidade desponte ou empaque", afirmou Vicente. O tema é o grande desafio de regiões como a Barra da Tijuca, uma das que mais cresce no Rio. "O bairro é o segundo em termo de geração de empregos. Só fica atrás do Centro. Entretanto, quem mora lá não trabalha lá e quem trabalha lá não mora lá. Isso é ruim e precisará ser revisto", disse o arquiteto. Segundo ele, outra questão a ser resolvida é a do Centro de Niterói. "Essa área já foi a segunda mais importante da região metropolitana, mas esvaziou com a mudança da capital. Ela precisa ser fortalecida, até por sua proximidade do Centro do Rio", defendeu Vicente. Madureira também foi um dos espaços listados entre aqueles que merecem atenção. "É um local com papel estratégico e importante culturalmente", pontuou o especialista.
Após a apresentação de Vicente, houve uma rodada de perguntas do público. Uma delas foi feita por Evandro Peçanha, diretor do Sebrae. Ele quis saber sobre o impacto do Arco Metropolitano na organização da RMRJ. Em sua resposta, o diretor executivo da Câmara Metropolitana informou que a obra de 140 quilômetros pode contribuir para o desenvolvimento de áreas nas suas proximidades, como o porto de Itaguaí e o distrito industrial de Capivari, em Caxias. Outra pergunta da plateia abordou a importância da revitalização dos trens para a região metropolitana. "É preciso equipar as estações para que elas ofereçam serviços, virem pontos de encontro e retomem seu protagonismo", defendeu o arquiteto, que é a favor da redução do tempo de intervalo entre as composições e da modernização dos carros.
Realizado entre setembro de 2015 e junho de 2016 com financiamento do Sebrae, o Centralidades promete ser útil na elaboração de políticas públicas para a RMRJ. "Esse trabalho vem preencher uma importante lacuna", comentou Cezar Vasquez durante a palestra. "Cada vez mais, teremos uma intensa participação das cidades na geração de empregos e outras áreas importantes de nossa vida. Por isso, conhecer as dinâmicas que as movimentam é fundamental", sintetizou Vicente.
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