Em 100 imagens, projeto do designer carioca Fabio Lopez busca sintetizar os símbolos do Rio de Janeiro. A lista inclui personagens e signos da cidade, como o futevôlei, o vendedor de mate e até a Vila Mimosa.
O que um vendedor de mate, um gari e o funk têm em comum? Todos são símbolos típicos do Rio de Janeiro, na opinião do designer Fabio Lopez. Ele é o responsável pelo mini Rio, projeto composto de 100 imagens que representam personalidades, construções, comidas e hábitos marcantes da cidade.
Os pictogramas, lançados esta semana, incluem desde pontos turísticos consagrados, como o Maracanã e o Jardim Botânico, até lugares inusitados, como o Complexo Penitenciário de Bangu e a Vila Mimosa. Em tempo: pictogramas são figuras simples, que transmitem ideias e conceitos de maneira fácil e não verbal.
Alguns pictogramas são também pequenas sátiras, como um elefante sobre a Cidade das Artes, na Barra, ou peixes mortos na Lagoa Rodrigo de Freitas. Também figuram na lista o ar-condicionado, o futevôlei e o boteco, entre outros.
Segundo Lopez, que é professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio (Puc-Rio), a ideia foi “homenagear e apresentar visualmente o patrimônio cultural da cidade”. Uma das motivações para a iniciativa foi o fato de que a cidade estará em evidência no próximo ano, durante a Olimpíada. "Na minha opinião, esse destaque deveria caber a algum carioca", explica o designer. Lopez ressalta, contudo, que a intenção foi apresentar a sua própria visão do Rio, e não uma suposta versão “oficial”.
Ele agrupou as figuras em seis grupos: atrações turísticas, cotidiano (objetos do dia a dia, serviços e equipamentos urbanos), cultura (música, artes, museus, tradições e eventos), estilo de vida (costumes, hábitos e points), natureza (fauna, flora e geografia) e problemas.
Sátiras fizeram sucesso
Lopez afirma que incluiu também questões problemáticas da cidade — como milícias e “bueiros bomba” — porque não queria uma imagem idealizada do Rio.
Ele já havia desenvolvido outras sátiras da realidade carioca, como o War in Rio, em 2007; a Batalha na Vala, em 2009; e o Bando Imobiliário Carioca, em 2010. Eram apenas protótipos de possíveis jogos, mas o designer revela que até hoje é procurado para saber se é possível adquiri-los. A ideia de comercializar os produtos, no entanto, é rejeitada. “Não seria tecnicamente viável, muito menos moralmente”, garante.
Embora não tivesse a intenção fazer outro trabalho com a mesma temática, Lopez também não queria ignorar os problemas. “Não seria um projeto feito por mim se escondesse [os aspectos negativos] debaixo do tapete”, afirma ele. Como algumas imagens requeriam números e letras, além disso, Lopez produziu duas fontes exclusivas para o projeto: a mini Tipo e a mini Gentileza.
O designer levou cerca de 17 meses para realizar o mini Rio, baseando-se em mais de 1.200 imagens. Enquanto desenvolvia os pictogramas, percebeu que muitos deles poderiam ser combinados. Nasceu aí outra seção do projeto: o mini Lab, um "laboratório de linguagem". São imagens maiores, que, além de combinar as miniaturas, brincam com cores e movimentos.
As figuras das duas seções estão liberadas para o uso pessoal, mas não para exploração comercial. Para isso, Lopez planeja parcerias, principalmente com empresas de moda, decoração e papelaria. Além disso, um livro com os pictogramas está em processo de edição. "O mini Rio é uma grande mostra, um convite para fechar trabalhos com outras marcas", explica o designer.
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