Editores da Record e da Editora Darkside discutem papel do editor, estratégias para engajar o público a partir de redes sociais e a crise econômica
As transformações no mercado editorial e a relação entre autores, editoras e o público leitor são o assunto do OsteRio, na terça-feira, 22 de setembro. Carlos Andreazza, editor executivo da Record, o maior grupo do setor, e Christiano Menezes, sócio da Editora Darkside, especializada em livros de fantasia e terror, são os convidados da noite, que terá ainda a participação do jornalista Mauricio Meireles, especializado em literatura e mercado editorial, do Globo.
À frente de empresas muito diferentes, Andreazza e Christiano tem em comum o estilo pouco convencional. Andreazza, carioca de 35 anos, é jornalista formado pela PUC-Rio e atuou nas editoras Contracapa e Capivara, além da francesa La Table Ronde. Responsável pelos lançamentos de literatura brasileira e de não-ficção, ele utiliza intensamente as redes sociais para apresentar suas apostas literárias ou expressar opiniões polêmicas, com críticas à Festa Literária de Parati (Flip) e ao extinto suplemento literário Prosa, do Globo.
Mais discreto, Christiano Menezes defende que o editor contemporâneo precisa ter uma formação muito diferente daqueles que ocupavam o papel no passado. “Ser conectado com as tendências é pouco hoje em dia. É preciso um diálogo entre a literatura e a estética”, diz o também carioca de 37 anos, que é ilustrador, designer e sócio do premiado estúdio Retina 78. Conhecido pelo codinome Chucky, Christiano também aposta no audiovisual em seu trabalho como colaborador do diretor da Globo Luiz Fernando Carvalho.
Para os dois convidados, o sucesso da última Bienal do Livro Rio, que reuniu cerca de 600 mil visitantes, um número recorde, não indica que o setor está imune à crise que deprime a economia brasileira. “É um momento delicado. O mercado é mais influenciado por fenômenos e as editoras se tornam mais dependentes das aquisições do governo”, observa Andreazza.
Ele aposta que um caminho para o sucesso é trabalhar para atender a nichos do mercado. Mesmo numa editora que tem um catálogo de 9 mil títulos. “Fomos muito bem-sucedidos ao editar autores conservadores e liberais. Percebi que nenhuma outra editora fazia isso e passamos a fazer um investimento consistente”, diz Andreazza.
A aposta em nichos de leitores também é a base da Darkside, editora que convida o leitor a “apostar no escuro” ao investir em livros de terror, crime e fantasia. Ao longo de três anos e 37 livros, a empresa vem construindo um público cativo – são quase 500 mil fãs da página no Facebook – que envia fotos, grava vídeos e comemora cada novo lançamento.
"Christiano Menezes e Carlos Andreazza lideram, cada um a seu modo, dois cases do mercado editorial carioca que merecem ser observados", comenta Mauricio Meireles. "Christiano, com uma editora de nicho, voltada para uma certa cultura nerd, que cresce fora do circuito tradicional do mercado. O Andreazza com o filão dos autores conservadores, um fenômeno de venda que diz muito sobre o momento atual do Brasil."
Conheça mais as estratégias de Christiano e Andreazza nos Facebooks da Darkside Books e da Record.
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